Em 2008, Otávio tinha apenas 8 anos de idade. Suas memórias do pai, assassinado naquele ano, eram poucas. Por isso, resolveu produzir o documentário “Carlos Mota – entre arquivos e lembranças”, para resgatar a memória e a trajetória do pai e aprender um pouco mais sobre o então diretor do Centro de Ensino Fundamental do Lago Oeste, um homem que marcou a educação da região e todo o Distrito Federal.
O filme, de 28 minutos, está disponível desde o início deste mês de fevereiro na íntegra, no Youtube. A obra reúne reportagens e debates da época do assassinato brutal do pai, e traz também depoimentos exclusivos de colegas, alunos e familiares de Carlos Mota.
“Se tivessem deixado, ele teria feito”
O assassinato do ex-diretor do Centro de Ensino Fundamental do Lago, no dia 20 de junho de 2008, foi um grande choque para a cidade. “Ele queria transformar o CEFLO na melhor escola rural da américa Latina. Se tivessem deixado, ele teria feito”, conta Rosilene Corrêa, secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e amiga pessoal do professor.
“Questões que discutimos hoje, de meio ambiente e de como o ser humano não está separado da natureza, Carlos já falava há 20 anos”, lembra o irmão, Marco Mota. “Da cantina à quadra, passando pela biblioteca, tudo ele fez com que elevasse o nível, sabe?”, lembra o ex-aluno Adilvan de Souza. “Aproveitava o resto da comida da cantina para compostagem, trazia a produção da horta escolar para a cozinha, enxergava a escola como um gestor”, completa.